Ministro Benedito Gonçalves recebe representantes da Educafro

Ministro Benedito Gonçalves recebe representantes da Educafro

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Benedito Gonçalves recebeu, nesta sexta-feira (4), um grupo de advogadas e advogados negros da Educafro, organização não governamental que trabalha pela educação de pessoas negras e sua inclusão na sociedade.

O fundador da Educafro, Frei David, participou do encontro ao lado do coordenador da entidade na Bahia, Marinho Soares. O grupo cumpre agenda institucional em Brasília e visitou o ministro no STJ.​​​​​​​​​

Marinho Soares e Frei David, da Educafro, no encontro com o ministro Benedito Gonçalves. | Foto: Rafael Luz​
Ao falar para os profissionais da Educafro sobre a estrutura e o funcionamento do STJ, Benedito Gonçalves – único ministro negro da corte – observou que os negros ainda são pouco representados nos tribunais brasileiros, por isso a luta pela conquista de espaços sociais deve ser permanente.

"Frei David é um visionário. Já falava da lei de cotas para negros há mais de 20 anos, muito antes de virar lei", afirmou o ministro, enaltecendo o trabalho social desenvolvido pela entidade.

Segundo ele, o Tribunal da Cidadania está de portas abertas para as advogadas e os advogados negros. O magistrado comentou que, no âmbito do TSE, a comissão que discute racismo (da qual Frei David participa como representante da sociedade civil) enfrenta a questão sob o ponto de vista do racismo estrutural e institucional, buscando propostas de soluções.

Dificuldade de inclusão social justifica políticas afirmativas

O ministro disse perceber, nos dias atuais, mais dificuldade para a inclusão de pessoas negras em certos setores da sociedade, razão pela qual as políticas afirmativas, como as cotas, são necessárias e justificadas.

Por sua vez, Frei David informou que a Educafro vai concentrar esforços para que o TSE julgue, ainda neste ano, as ações que questionam o uso de verbas e a eleição de alguns candidatos no último pleito, em detrimento das candidaturas de políticos negros.

Marinho Soares lembrou que, mesmo antes de ser nomeado para o STJ, em 2008, o ministro Benedito Gonçalves já atuava positivamente nas lutas da população negra, sempre disposto ao diálogo e empenhado em fortalecer a inclusão de pessoas negras em espaços importantes, como nas carreiras do Judiciário.

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