Especialista em direito penal, Teodoro Silva Santos defende olhar social para evitar arbítrios em comunidades pobres

Especialista em direito penal, Teodoro Silva Santos defende olhar social para evitar arbítrios em comunidades pobres

Prestes a tomar posse como ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quarta-feira (22), o desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) Teodoro Silva Santos construiu uma carreira voltada especialmente para o sistema criminal e para o direito penal. Nascido em Juazeiro do Norte (CE), ele foi delegado de polícia em Rondônia, membro do Ministério Público do Ceará por 18 anos e, desde 2011, é um dos 53 integrantes do TJCE.

Paralelamente a essas funções, o desembargador – que é doutor em direito constitucional – é professor há mais de 30 anos, atualmente lecionando matérias de direito penal na Universidade de Fortaleza (Unifor). Entre os livros publicados, Santos é autor de O juiz das garantias sob a óptica do Estado Democrático de Direito, com nova edição prevista para 2024.

No STJ, Teodoro Silva Santos vai ocupar a vaga decorrente do falecimento do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, em abril.

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Para o desembargador, as recentes decisões do STJ na esfera criminal – em temas como o reconhecimento fotográfico de suspeitos – contribuíram para equalizar as investigações criminais com os direitos individuais, sobretudo das pessoas mais pobres. Segundo ele, no caso de operações em comunidades periféricas, o Estado deve agir com "cautela redobrada", coibindo casos de arbítrio e violência.

"Cabe aos governantes e a nós, enquanto sociedade, lutarmos contra a criminalização da pobreza e das periferias. As comunidades periféricas são espaços onde direitos e garantias fundamentais devem ser igualmente observados e respeitados, mediante uma atuação horizontal e universal do Estado", avalia.

Modelo processual penal deve ser compatível com Constituição Federal

Na opinião do magistrado, embora o Código Penal e o Código de Processo Penal tenham sido publicados na década de 40, as atualizações da legislação penal têm permitido a compatibilização entre a norma e a realidade – o que não afasta a importância de novas revisões para equalizar o modelo processual penal ao sistema de direitos fundamentais previsto pela Constituição.

"O mais importante é a mudança da mentalidade inquisitiva em nossa cultura jurídica", resume. 

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