Em seminário no STJ, Pacto pela Primeira Infância recebe adesão de 24 novas instituições

Em seminário no STJ, Pacto pela Primeira Infância recebe adesão de 24 novas instituições

O Pacto Nacional pela Primeira Infância ganhou, nesta sexta-feira (22), a adesão de mais 24 instituições públicas, que se somam às 312 participantes do movimento lançado em 2019 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A solenidade de adesão ocorreu no auditório do Superior Tribunal de Justiça (STJ), durante seminário realizado para comemorar os quatro anos do pacto e divulgar os avanços na implementação do Marco Legal da Primeira Infância.

No discurso de abertura do Seminário Comemorativo dos 4 Anos do Pacto Nacional pela Primeira Infância – precedido por uma apresentação da banda do Colégio Militar Dom Pedro II, de Brasília –, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministra Rosa Weber, afirmou que a responsabilidade pelo pleno desenvolvimento das crianças deve ser compartilhada entre família, sociedade e Estado.

A ministra anunciou a adesão do STF ao Pacto Nacional pela Primeira Infância e declarou, citando Nelson Mandela, que cuidar das crianças de um país de forma justa e carinhosa é a "maior expressão da alma de uma nação".

Representando a presidência do STJ, o vice-presidente da corte e do Conselho da Justiça Federal (CJF), ministro Og Fernandes, reconheceu o pacto como um importante instrumento para o desenvolvimento das crianças. Ele também anunciou a adesão do CJF. Ao falar sobre as ações empreendidas pelo STJ em apoio ao pacto, o ministro destacou que "o objetivo é resgatar à sociedade conhecimentos científicos sobre o desenvolvimento da primeira infância e sobre práticas respeitosas e não violentas de parentalidade".

Direitos para as mães, proteção para a primeira infância

O ministro Lelio Bentes Corrêa, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), apontou o comprometimento do Poder Judiciário com iniciativas que desenvolvem a cidadania. Segundo ele, o combate ao trabalho infantil e a proteção da mãe trabalhadora são dois dos principais eixos de atuação da Justiça trabalhista na proteção da criança. "Não há como falar em proteção à primeira infância sem falar na ampliação de direitos sociais e trabalhistas para as mães trabalhadoras", declarou.​​​​​​​​​

Cezar Miola, Camilo Santana, Og Fernandes, Rosa Weber, Lelio Bentes Corrêa, Márcio Macêdo e Ana Paula Lima na abertura do seminário. | Foto: Rafael Luz/STJ
Para o ministro da Educação, Camilo Santana, a primeira infância impacta consideravelmente o desenvolvimento educacional das crianças, e "a educação é um dos melhores caminhos para construir uma nação justa, transformadora e soberana. Esse processo começa na primeira infância".

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, mencionou a necessidade de vinculação das políticas públicas para a infância aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), e enalteceu o evento como "a materialização da união entre sociedade civil e Estado em prol do cuidado das crianças brasileiras".

Caminho para um país e um mundo melhores

A deputada federal Ana Paula Lima, secretária da Primeira Infância, Infância, Adolescência e Juventude da Câmara dos Deputados, ressaltou a necessidade de garantir o desenvolvimento pleno, digno e seguro de crianças e adolescentes, e enfatizou a importância do restabelecimento de políticas públicas como o Bolsa Família e da existência de espaços de debate para o fortalecimento do Pacto Nacional pela Primeira Infância. "Se queremos um país e um mundo melhores, há de ser cuidando da infância e da primeira infância", disse a deputada.

Segundo Cezar Miola, presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), a elaboração de políticas públicas de cuidado com as crianças deve ser repartida entre municípios, estados e União. "O Pacto pela Primeira Infância é um exemplo objetivo da solidariedade que deve unir a federação brasileira", afirmou.

A abertura do seminário contou ainda com a participação, no palco, de crianças atendidas pela Casa de Ismael, organização de Brasília que apoia crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social. Paralelamente ao seminário, as crianças desfrutaram de uma manhã com atividades lúdicas e oficinas de música e de arte oferecidas pela Seção Educativa e Social do STJ em parceria com voluntários.

Novos signatários aderem ao Pacto Nacional pela Primeira Infância

Além de conferências e debates previstos na programação, o seminário foi marcado pela solenidade de ingresso dos novos participantes do Pacto Nacional pela Primeira Infância. Representantes das instituições subiram ao palco para formalizar a adesão.

Aderiram ao pacto: STF, CJF, Tribunais Regionais do Trabalho da 2ª, da 5ª e da 6ª Região, o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal e os Tribunais de Contas do Ceará, de Mato Grosso, do Piauí e do município do Rio de Janeiro.

Do Amapá, aderiram: governo do estado, Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil, Universidade do Estado do Amapá e Universidade Federal do Amapá.

Do Tocantins: governo do estado, prefeitura de Palmas, Assembleia Legislativa, Ministério Público, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil e Universidade Federal do Tocantins.

Respeito à diversidade na primeira infância

Ainda na parte da manhã, sob a coordenação do juiz auxiliar da presidência do CNJ e gestor do Pacto Nacional pela Primeira Infância, Edinaldo César Santos Júnior, houve a palestra magna "O respeito à diversidade na primeira infância como direito humano", a cargo do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

O ministro apontou a necessidade de se estabelecer uma relação real e complexa entre o futuro possível e as crianças que o construirão. Para ele, a infância deve ser tratada como resultado das relações sociais atuais, enfrentadas em cada trajetória individual. "Falar de primeira infância é falar sobre uma rede de estruturas jurídicas, institucionais, econômicas e políticas que vão acolher essa criança e forjar seu futuro", declarou.

Em seguida, foi oficialmente lançado o projeto "Diversidade das Primeiras Infâncias", ocasião em que três crianças – Mariana Pereira, Eduardo Pereira e Giovana Pineli – foram convidadas a integrar a mesa.

Falaram no lançamento do projeto as representantes do Ministério das Mulheres, Natália Lima; do Ministério da Igualdade Racial, Natália Nery; da Associação Maylê Sara Kalí, Elisa Costa; da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, Cleonice Bohn de Lima; da Ação de Mulheres pela Equidade, Ana Paula Matias; e do Instituto Alana, Ana Cláudia Cifali.

Seminário segue durante a tarde

O evento continua ao longo da tarde, com debates sobre os temas "Rumo à política nacional integrada para a primeira infância", "Impactos e alinhamentos a partir do Pacto Nacional pela Primeira Infância" e "Inovações na integração intersetorial".

O Seminário Comemorativo dos 4 Anos do Pacto Nacional pela Primeira Infância está sendo transmitido no canal do CNJ no YouTube.

Com mais de 16 anos de excelência, construímos uma base sólida de experiência para fornecer segurança e qualidade aos nossos clientes.