Em evento para novos juízes alagoanos, Humberto Martins fala sobre desafios da magistratura na era digital

Em evento para novos juízes alagoanos, Humberto Martins fala sobre desafios da magistratura na era digital

"Nossa maior missão é distribuir justiça com amor, em favor das pessoas. Sempre se coloque no lugar do outro, pois, em cada processo, repousa uma vida", declarou o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Conselho da Justiça Federal (CJF), ministro Humberto Martins, em palestra virtual proferida, nesta segunda-feira (4), a alunos do curso de formação inicial de magistrados da Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas (Esmal).​​​​​​​​​

Presidente do STJ destacou o processo de digitalização do Judiciário brasileiro.​ | Foto: Rafael Luz/STJ

Em sua exposição, o presidente do STJ discorreu sobre os desafios da magistratura brasileira na era digital. Para Humberto Martins, a proteção de dados pessoais é um dos temas que devem merecer atenção cada vez maior por parte do Poder Judiciário, no contexto da crescente virtualização das atividades humanas.

De acordo com o ministro, o tratamento legal à privacidade das informações pessoais vem evoluindo ao longo das últimas décadas por meio de uma série de legislações editadas a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, a exemplo do Marco Civil da Internet e da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. Martins destacou que a proteção de dados pessoais ganhou relevância jurídica ainda maior com a entrada em vigor da Emenda Constitucional 115/2022.

"Tamanha é a importância do tema que, apesar da dimensão e da relevância jurídica da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, a nossa Constituição, ainda assim, contemplou a proteção de dados pessoais, seja para elevar esta proteção ao patamar dos direitos fundamentais e conferir certeza jurídica à matéria, seja para firmar a competência constitucional para disciplinar a matéria", ressaltou.

A inteligência artificial nunca substituirá o julgador

Na aula inaugural, o presidente do STJ também chamou a atenção para o processo de digitalização do Judiciário brasileiro – o que, segundo o ministro, foi fundamental para a continuidade da prestação jurisdicional durante a pandemia da Covid-19: "Quando veio a pandemia, nós já estávamos na era do processo eletrônico, por isso, não paramos e passamos a produzir até mais".

Humberto Martins enfatizou, contudo, que a ampliação do uso de novas tecnologias no dia a dia do sistema de Justiça jamais dispensará o papel fundamental da magistratura na aplicação das leis e da Constituição Federal, em busca da pacificação social.

"Cogita-se o desaparecimento de alguns postos de trabalho e o surgimento de outros novos. Isso substituiria, por exemplo, a função de um julgador? Não, não e não. Sempre está a depender da juíza e do juiz avaliar os dados do robô e verificar se estão dentro do espírito da boa distribuição da justiça", concluiu.


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